agosto 17, 2001

Mais um semestre se iniciando... o que passou foi bem legal, apesar de eu mesmo não ter estado, e ainda não estou, na melhor das minhas condições emocionais. Também acho que nunca, desde que descobri que o mundo é mundo, que do que eu acreditava pouco era verdade, que meus amores eram todos irreais, nunca me senti bem emocionalmente.
Confiar nas pessoas, esse é o ponto mais complicado. Talvez tenha tido algum trauma na infância que me fez não confiar plenamente nas pessoas, mas não vou teorizar isso agora.
Como estava a dizer, este semestre tem se mostrado melhor do que os anteriores. Não por mim, mas pelo que tenho descoberto nos últimos tempos. Meus amigos da faculdade têm sido bem legais, duas idéias que levantei e todos se interessaram. Fiz burrada na primeira, mas nesta segunda não vou deixar caminhar erroneamente. A primeira foi o jogo de empresas, quando surgiu a oportunidade de aprendermos algo fora da faculdade (por apenas R$ 25,00!). Mas dividir os grupos segundo 'competências' não foi muito legal. Acho que deixamos alguns descontentes... Não queria que tivesse sido assim, mas as coisas sempre se ajeitam com o tempo, como realmente aconteceu. O segundo é a divisão dos estudos de uma das matérias. Praticamente todos se pronunciaram a favor do que sugeri. Muito legal isso.
Mas o que me preocupa é que exatamente por isso começo a me sentir responsável pelo grupo, uma espécie de líder, e isso me assusta. Nunca tive propensão a ser líder, mesmo que sempre tenha almejado isso. E nos momentos de aperto é que me mostro vulnerável aos meus maiores medos. Porque se não domino algum assunto, me perco completamente. Sempre foi assim. Mas agora, já no penúltimo ano da faculdade, com 22 anos, acho que é hora de descobrir se posso liderar mesmo um grupo, de cuidar dos outros. Engraçado, mal cuido de mim mesmo e fico querendo cuidar dos outros também. Na certa que não é bem cuidar, mas acompanhar o que fazem e tentar ser um conselheiro, mesmo sem experiência nenhuma nesse tipo de coisa.
Olho para um dos meus amigos, aquele que menos fala e pouco se coloca no meio do grupo. Todos me vêem como o responsável por ele, uma das meninas do grupo até chegou a me dizer, quando estávamos formando grupos no semestre passado: "E o fulano, você não vai fazer grupo com ele??". Eu precisava, e ainda preciso e muito, de um tempo para cuidar de mim mesmo. Vejo-o como se eu pudesse ter sido ele na vida, não ir atrás das coisas e esperar que elas se resolvam por si só. Quando montamos grupos, ele nunca se pronuncia, nunca se antecipa e pergunta: "Vamos fazer um grupo?". Não, ele espera e aguarda, porque sempre alguém vai se lembrar dele e vai colocá-lo no meio. E isso me irrita tanto... Mas é verdade que alguém precisa tentar ensiná-lo as coisas da vida, mas meu medo é me frustrar ao chegar lá na frente e não ter conseguido nada. Ou como agora, já colocando empecilhos que me farão já saber o motivo do meu fracasso.
Dilemas, mal resolvido na vida pessoal, tendo que lidar com a liderança de um grupo de pessoas e com o futuro de um amigo. vida atribulada é pouco...
Queria que a vida tivesse menos decisões a serem tomadas, mas se não houvesse o que se decidir não seríamos humanos. O jeito é encontrar um meio de me guiar nessa nuvem obscura do indefinido e tentar, por um instante, definir qual o passo a ser dado de cada vez, de modo a se conseguir seguir em frente, mesmo sem saber se estou indo para frente ou para trás. Mesmo porquê, a vida se vive em tentativas-e-erros (já estou a racionalizar a vida novamente...). Chega, vou morrer maluco da silva e não terei descoberto o sentido de estar aqui nesse mundo.
Feliz escolha do título ali em cima. "O mundo começa agora, apenas começamos..." Bela música da Legião, Metal contra as Nuvens. 11 e tantos minutos. Mas precisa ser em versão acústica para a Mtv, em 1992.;oP
See ya!

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