fevereiro 14, 2002

Tem muita gente que chega aqui por algum sistema de busca.

E hoje me peguei assustado, pois entraram aqui procurando "como curar a dor de um amor não correspondido". Será que há algum remédio para isso?

E provavelmente não há a tal cura aqui neste blog, não de forma clara, como uma receita médica, não senhor. Ontem estava vendo o Pasquale naquele programa dele, o Nossa Língua Portuguesa, aqui na TV Cultura - SP. E ele estava apresentando o poema Autopsicografia, do Fernando Pessoa.

O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.


E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.


E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão
Esse comboio de corda
Que se chama o coração.


Essa coisa da dor, os poetas sempre abordaram em seus versos. Claro que a discussão do Pessoa nesse poema é muito maior que esta que estou a fazer. Mas é só o ponto para dizer que existem tantas e tantas formas de se olhar para a mesma realidade, e dessa forma entender o que acontece ao seu redor e, assim, descobrir uma ou várias soluções plausíveis. Porque eu ia colocar que, para ser amado, a pessoa tem que amar a si própria, frist of all, a gostar de si como ela é, para a partir daí encontrar um outro alguém. Mas existe uma infinitude de outras possibilidades, que eu jamais conseguiria abordar aqui, por não ter vivido ainda, por não saber explicar em palavras, sei lá.

Não existe receita para tal dor. Existe vontade de fazer as coisas acontecerem.

...

Té mais!

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