agosto 28, 2002

esta semana está sendo muito boa!

o engraçado é que nem é tanto aqui no serviço, mas sim na faculdade. foram duas aulas, uma na segunda e outra ontem, que valeram muito pelo conhecimento transmitido.

na segunda, aula de RH (recursos humanos), sobre as 'imagens' da organização, onde estamos, nós alunos, os capítulos do livro durante as aulas por meio de seminários. e desta segunda foi a vez da visão da organização como um organismo vivo, contrapondo a visão mecânica, na qual o ser humano é uma peça, e apenas isso, de uma grande máquina. muito interessante o tema, mas o professor, que praticamente não dará aula nenhuma, malhou os alunos do grupo com detalhes na forma de explicar alguns pontos, que não vem ao caso.

o legal daquela aula foi uma explicação que o professor nos apresentou, pelo menos para mim nova. o que você entende por democracia? juro que depois edito este post e trago o significado grego (ou romano, não lembro) da palavra em si. mas democracia é um termo difícil de ser explicado. na verdade aprendemos na prática o que seria democracia. e o interessante é que, no centro da questão, independe se o sistema é centralizado, hierárquico, ou se tende à descentralização. porque o ponto é o seguinte, as discussões são abertas para o povo. claro que não dá para 10 milhões de pessoas discutirem ao mesmo tempo, por isso há os representantes, eleitos pelo povo e que, em teoria, deveriam defender os anseios e desejos daqueles a quem eles representam. as decisões podem ser por meio de consenso, maioria ou mesmo imposição, não importa. mas o grande ponto é, uma vez decidido o que se fará, todos, independente de ser contra ou a favor, todos deveriam trabalhar para que aquilo que foi decidido seja concretizado.

segurem esse ponto, vou tentar amarrá-lo com o segundo na seqüência.

ontem não foi bem uma aula, foi uma palestra. confesso que nunca tinha visto o auditório da faculdade completamente lotado como estava. e olha que cabe muita gente ali, dadas as devidas proporções (auditório de faculdade, estrutura etc.). mas "a" palestrante foi a prefeita da cidade de São Paulo, Marta Suplicy. não digo que tive um receio de que poderia ter acontecido algo grave, dado o histórico de palestras anteriores como aquela desmarcada pelo Pedro Malan de última hora e mesmo assim muita gente apareceu e causou tumulto naquele mesmo auditório, no ano de 2000 se não me engano, com vidros quebrados e tendo sido um aluno expulso da faculdade. mas foi tranqüila, e a Marta conseguiu explicar como estava dividido o orçamento da prefeitura e o que estava sendo feito por sua gestão nesses 18 meses de governo, e o que se pretendia fazer. o mais interessante foi não ter havido perguntas políticas por parte dos presentes, na grande maioria alunos da graduação. foram perguntas, apesar de poucas pelo tempo que sobrou, a respeito de problemas da cidade, do que se estava fazendo para resolvê-los.

durante a palestra a Marta mostrou como era difícil desenvolver os trabalhos de melhoria da cidade quando se enfrenta tanta oposição. e isso que ela nem comentou da câmara de vereadores. ela discorreu sobre os problemas recentes com as empresas de ônibus, a situação que as gestões anteriores deixaram para ela, as dívidas, a busca por recursos, já que pela lei de responsabilidade fiscal impede que a atual gestão, por não cumprir o estabelecido, solicite empréstimos em órgãos internacionais. e mesmo assim, tendo um orçamento congelado, no qual 31% tem que ir para a educação, 15% para a saúde, 18% para o funcionalismo público, 13% para o pagamento da dívida (negociado com o Governo Federal e que deve ser mantido por cerca de 30 anos!), os restantes 23% vão para todo o resto, cultura, transporte, habitação e por aí vai. e saber que tem sido implantado projetos com melhorias na merenda escolar, disponibilização de uniformes e material para as crianças, o bolsa emprego, a aprovação do plano diretor para o planejamento do futuro da cidade (preciso ler mais a respeito disso), as tentativas de melhoria do transporte coletivo, que tem sido uma briga com os donos das empresas, a prefeita está certa em dizer que conseguiu fazer muito. de tudo quanto foi dito, fiquei contente por terem diversos projetos, desde novas escolas, creches, obras contra enchentes e aquele "fura-fila" (que de fura-fila não tinha nada, já que ia do nowhere para o coisa alguma), renomeado para "Paulistão", tudo isso sendo feito e que podem melhorar a região de São Mateus, bairro onde nasci e vivi, onde estão meus pais, e que estampou em reportagem recente no Estado de S. Paulo sobre a ação de traficantes dentro das escolas, sendo o bairro com maior quantidade de escolas nessa situação.

e o que eu queria dizer com tudo isso é que, se queremos mudar algo, devemos começar pelo voto. eleger os representantes que irão fazer algo por nós. mas não se deve ficar nisso, tem que exigir que estes representantes realmente cumpram seus deveres e, como cidadãos, devemos todos nós trabalhar para que, primeiro, haja discussões sobre aquilo que é importante, trazendo sugestões, idéias etc., e segundo, batalhando para que as coias se concretizem e não fiquem apenas no papel.

para finalizar, foi uma aula de cidadania que tive. a semente está plantada, a mensagem foi recebida. espero que germine daqui para frente.

té mais!

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