março 06, 2003

“Hoje a Noite Não Tem Luar”

Não contei nada do que aconteceu nos últimos tempos, à exceção de que me formei e de que acabei o TCC. Não que estes acontecimentos não tenham sido importantes. Foram. Ainda são. Mas outros fatos foram bem mais relevantes do que estes.

Também não vou voltar e contar detalhes de tudo o que aconteceu nos últimos meses, desde que o ano começou. Posso ser detalhista se quiser, mas não é esse o objetivo aqui, neste momento.

Devo ter comentado com uma ou outra pessoa nesse meio-tempo. Basta saber que meu ano começou realmente no dia 23/jan. Esqueci-me de meu lado profissional, deixei quase que totalmente de lado, e sabia que precisava mudar, mas faltava alguma coisa. E esse ‘alguma coisa’ aconteceu naquela quinta-feira. Reunião de feedback com meu chefe. Minha ‘acomodação’ não era perceptível apenas para mim, mas para ele também ficou bem visível. Não totalmente, pois os motivos todos não consegui formular naquele momento. Mas volto a dizer, tenho sorte por estar numa equipe tão boa quanto essa, com uma chefia tão preocupada com nosso empenho e desempenho. Podia ser uma tragédia das grandes, mas foi um ótimo bate-papo, apesar de saber que dali em diante as coisas precisavam entrar nos eixos novamente.

Mas não apenas em relação aos meus afazeres. O chefe deixou como lição de casa a difícil tarefa (difícil para mim, no caso) de pensar no que quero para meu futuro. Ou, como ele bem colocou em nossa conversa, “onde você quer levar o Edson no futuro ali adiante?”. E eu fiquei estas últimas semanas pensando sobre tudo isso.

A faculdade acabou, mas sua influência se dará nos próximos anos. Desde já estou sentindo isso. Os amigos que tenho, as ‘baladas’ e tudo mais. Mas vou restringir-me ao campo profissional. O TCC acabou comigo. Não dediquei-me como deveria e, para piorar a situação, alterei totalmente o curso que tinha explicitado à orientadora. E não prestei conta dessas alterações até entregar o trabalho final. Não ficou ruim, mas muito aquém daquilo que poderia ter sido. Enfim, não fiquei contente com o resultado, e provavelmente nem minha orientadora.

Mas o pior não foi isso. Foi eu ter escolhido justamente como tema o produto de minhas atividades no escritório. Não que tenha sido uma má escolha, mas a relação entre as coisas me fez estender os problemas que enfrentava em um de modo a influenciar meu desempenho no outro.

Também não posso dizer que foi “o pior”. Talvez tivesse que acontecer. Não fosse esse fato, pode ser que eu estaria ainda da mesma forma que antes da conversa com meu chefe, não fosse ele ter percebido e ter se preocupado com o que estava acontecendo. E esse foi o legal da conversa, porque ele separou bem as coisas e me avaliou pelo que já vinha fazendo e pelo potencial que eu deveria ter desenvolvido nesse período, mas não desenvolvi.

Era para termos feito uma nova conversa neste mês de fevereiro. Mas ele estava enrolado, e eu não menos, assim como todos na área. Período de muitas reestruturações na empresa, todos andam sobrecarregados. Mas o teor dessa conversa seria exatamente sobre o que quero para meu futuro profissional. Não deu tempo e vai ficar um pouco mais para frente essa nossa conversa.

O bom desse “chacoalão” que tive com tudo isso é que acordei. Aos poucos, mas perceptivelmente. Ainda mais com o projeto que ficou sob minha responsabilidade no último ano, além de outras coisas paralelas que tive que fazer neste curto mês. E isso agradou ao meu chefe, mas ainda precisamos ter a tal conversa de volta.

Pois bem, para onde eu quero levar o Edson? Qual seria o futuro que desejo para ele daqui um, dois, três anos? Onde eu quero chegar?

Bom, foi no que estive pensando nos últimos tempos, e devo dizer, desde que terminei a faculdade, no fim do ano passado, mas o “chacoalhão” acelerou o processo. E fiquei pensando no que eu fiz e no que eu poderia fazer. Imaginei-me gerenciando pessoas, direcionando atividades, assumindo novas responsabilidades. Não sei, não me atraio por essa tal evolução na “cadeia alimentar capitalista”, simplesmente porque ambição não foi algo que aprendi a ter desde criança. Não nesse caso. Talvez eu esteja contente onde estou, talvez evoluir um pouco mais em atividades relacionadas, mas para “cima”, não sei.

Para falar a verdade, tudo o que quero é aquela tal felicidade que todos tanto procuram. Se posso crescer no trabalho, se tenho esse potencial para crescer, tanto melhor, mas eu preciso descobrir esse potencial dentro de mim, o que não sei se tenho. Mas não posso acomodar-me como me acomodei nos últimos meses do ano passado. Foi um lapso e espero que tenha servido de lição. Por um bom tempo.

E o ano começou naquela quinta-feira, 23/jan. Fevereiro foi um mês de muita correria no serviço. E mesmo assim comecei, finalmente, a me exercitar regularmente pelas manhãs, um pouco depois de acordar, antes de sair para o trabalho. Nada muito pesado, exercícios de alongamento, flexões de braço e abdominais. E de quebra combinei com mais dois amigos de caminharmos ou corrermos à noite, o que acredito que finalmente irá me tirar essa forma (de “bola”, num claro exagero de meus amigos =P) que adquiri nos anos de faculdade. Isso para colocar em prática, depois de dois anos adiando, o projeto Machu Picchu, que finalmente, se tudo certo (a.k.a. se eu perder peso a tempo!!), ocorrerá em meados de 2004. Estou me programando para isso e espero que dessa vez tudo corra bem!

Carnaval não é para mim. Pelo menos essa coisa de sair na rua e “pular o carnaval”. Costumava ir à praia com meu irmão e os amigos dele, mas pelo segundo ano, depois de uma série de cinco idas a praias de São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina, não houve ‘grana’ suficiente para se organizar alguma coisa. Mas não fez mal. Aproveitei o feriado para outras coisas, cinema, leitura, ajudar uma amiga em suas compras para a formatura e para o novo emprego dela, ajudar meus pais na loja deles, enfim, foi bastante produtivo o feriado e não tenho do que me queixar.

E agora vem março e espero que daqui em diante as coisas sejam cada vez melhores. Pensamento positivo quanto a isso. =)

Té mais! ;-)

Hoje a Noite Não Tem Luar – A. Monroy Fernandez / C. Villa de La Torre – versão: Carlos Colla
Acústico Legião Urbana

Ela passou do meu lado
‘Oi amor’, eu lhe falei
‘Você está tão sozinha’
Ela então sorriu pra mim
Foi assim que a conheci
Naquele dia junto ao mar
As ondas vinham beijar a praia
O sol brilhava de tanta emoção
Um rosto lindo como o verão
E um beijo aconteceu
Nos encontramos à noite
Passeamos por aí
E num lugar escondido
Outro beijo lhe pedi
Lua de prata no céu
O brilho nas estrelas no chão
Tenho certeza, que não sonhava
A noite linda continuava
E a voz tão doce que me falava
‘O mundo pertence a nós’
E hoje a noite não tem luar
E eu estou sem ela
Já não sei onde procurar
Não sei onde ela está
Hoje a noite não tem luar
E eu estou sem ela
Já não sei onde procurar
Onde está meu amor

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