outubro 30, 2004

alguma coisa está a me incomodar nestes dias

na quinta faleceu o pai do meu chefe. e a dor que a gente sentia no rosto dele pela perda era dura de ver... e nesses momentos, nas conversas com as pessoas, a gente começa a refletir sobre o que significa a vida que levamos. porque nessas horas, trabalhar como louco dez horas por dia passa a não valer nada frente à transitoriedade da vida. a morte é a única certeza, sim. mas o que fazermos com o tempo que nos foi concedido até chegar nossa hora? eis o ponto.

rezo para que o pai dele esteja descansando em paz. plantou duas sementes nesta vida, seus dois filhos, muito bem cuidados. meu chefe em particular, é um exemplo de dedicação e de ética e que sabe priorizar aquilo que importa na vida. quando a mãe ligou, largou tudo o que estava fazendo e saiu correndo para casa. um homem de caráter, por ele seu pai poderá ficar despreocupado, com toda certeza.

e eu volto a comentar algo que comentei aqui há muito tempo. não sei como irei reagir num momento tão sofrido quanto a perda de meu pai ou de minha mãe. por esses dias estou vendo com ela os negócios da aposentadoria, e vem aquela coisa "pô, meus pais já estão com uma certa idade. e aí, o que vai acontecer?". meu irmão diz que vai ser ele quem irá tomar conta dos dois, obrigação de filho mais velho, essas coisas. mas ambos somos responsáveis, eu deveria dizer. a verdade é que a gente prefere não acreditar que esse dia chegará e por enquanto é mais fácil viver assim. não consigo sequer imaginar-me sem meus pais por perto...

mas a vida continua.

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