julho 22, 2007

Álbum 04 - Paris e Versailles / FRANÇA

Paris, Paris, Paris...! ;-) adorei a cidade! mas vamos ao fim do percalço primeiro: a viagem de trem Barcelona-Paris, além de ser a mais cara e a mais demorada, também foi a pior dos trens noturnos que peguei. não foi por causa da cama ou das pessoas com quem dividi a cabine de quatro camas, dois viajantes e um pai com a filhinha de onze meses, aliás uma graça de bebê, viajou super tranquila e não chorou nem reclamou nenhum instante a viagem toda! o problema foi minha garganta e o ar-condicionado, que combinados transformaram as doze horas de viagem em um martírio!

cheguei na estação de trem em Paris, procurei um café para comer alguma coisa, encontrei um e já emendei a famosa frase que iria repetir várias vezes nos dias que se seguiriam na cidade luz: 'je ne parle pas français' (eu não falo francês), do guia de conversação para viagem da folha! consegui dois croissants e um café com leite, ou como se diz pela Europa, caffelatte! depois de alimentado, fui atrás de um táxi que me levou ao albergue. como o check-in era apenas depois das 15h, deixei minha mochila por lá e saí, com câmera na mão, celular e o cartão de emergência do seguro-viagem. não pensei duas vezes e procurei um telefone público para ligar para a seguradora! mais uma noite daquelas eu não iria aguentar!

da primeira ligação até a chegada da doutora no albergue foram pouco mais de 2h30. algumas ligações confirmando o endereço do albergue no meio do caminho, que por sinal me fez correr de volta ao albergue! a médica, que falava em inglês, me examinou e disse que era 'faringitis', a famosa faringite que eu havia pego em duas ocasiões nos últimos três anos! receitou-me um antibiótico, um anti-térmico e um spray para a dor, que comprei numa farmácia próxima. por quatro dias tomei os remédios, ao final dos quais estava pronto para outra! =)

mas não dava para ficar parado, ainda mais em Paris! aproveitei o restante do dia para caminhar pelas proximidades e para andar pelas avenidas à beira do rio Sena! dei uma volta pela belíssima place des Vosges no bairro de Marais, a caminho do musée Picasso, não muito longe dali. visitei o museu e apreciei diversas obras ali expostas, principalmente de suas fases rosa e azul, além dos quadros cubistas, altamente abstratos para mim! rs após voltar ao albergue para fazer o check-in, ainda caminhei até as proximidades da île de la Cité, onde fica a famosa catedral de Notre Dame, porém permaneci na margem norte do rio Sena, e já ao longe era possível avistar a Torre Eiffel! acabei voltando pela rue de Rivoli, que vem da place de la Concorde e segue em direção a place de la Bastille, nas proximidades do albergue! esta rua é cheia de lojas de grife, tinha inclusive uma C&A numa das esquinas!

decidido a visitar a torre no dia seguinte, fiz todo o planejamento antes de dormir do que faria nos três dias restantes pela cidade! tudo planejado, arcodei bem cedo, tomei café (um pãozinho duro com um café com leite de máquina... mas pelo preço que paguei pela hospedagem não podia querer mais que aquilo mesmo! rs) e saí para passear! logo que botei o pé para fora, já senti que não ia dar certo meu planejamento: a rua estava molhada por uma garoa que caía, leve naquele momento. ainda assim peguei o metrô, após conseguir comprar um passe para um dia inteiro na bilheteria da estação (o guichê não reclamou de ter falado em inglês, após ter dito a frase mágica ali de cima! ;-) ), e fui diretamente para a estação mais próxima da torre!

chegando lá, a decepção, chovia forte! tentei procurar algum lugar para comprar um guarda-chuva, mas como era domingo não encontrei muita coisa aberta naquele horário, umas 8h30 da manhã. voltei para o albergue para pegar a capa de chuva que tinha para 'último caso' e decidi mudar todo o planejamento. ao invés de fazer o passeio ao ar livre que tinha definido para aquele dia, resolvi seguir para os museus, à exceção do Louvre que ficaria para a manhã seguinte. naquele dia resolvi visitar ao musée Rodin, com várias de suas esculturas em bronze e mármore, além de uma exposição muito interessante sobre seu contato com artistas japoneses, que o veneravam na época e que deram a ele como presente diversas pinturas, artesanato e outros objetos em estilo japonês. tinha até uns desenhos do próprio Rodin no mesmo estilo, mostrando a influência que teve daquele contato. mas o mais impressionante foi a quantidade de esculturas, a grande maioria do rosto de uma 'gueixa' japonesa que o impressionou pela beleza e delicadeza.

outro museu que visitei nesse segundo dia em Paris foi o musée D'Orsay, onde busquei conhecer os principais nomes da arte impressionista, sobretudo Manet e Monet, além de uma ala de esculturas magníficas, mas que não me emocionaram a ponto de querer tirar uma foto! ;-) saindo do museu, resolvi caminhar dali até a catedral de Notre Dame para visitar esta famosíssima igreja, imortalizada nas telas do cinema e em desenhos da Disney! segui a orientação do guia visual da Folha e passeei em seu interior, admirando a nave central, as capelas laterais, as esculturas aqui e ali em diversas colunas e paredes. belíssima igreja! a pena foi de não ter tido tempo para subir suas torres, de onde teria uma vista da cidade chuvosa e das gárgulas famosas! (essa chuvinha só me atrapalhou...).

para terminar o dia, uma aventura! peguei o metrô e desci na place de la Concorde. não sei se é um hotel, mas ali do lado tinha uns carrões esportivos, Lamborghini era o mais simples deles, e tinha vários seguranças ali do lado! enfim, o objetivo era tirar uma foto da famosa avenida Champs-Elysées, e o que fiz foi atravessar a rua ali na place de la Concorde mesmo! era um semáforo, mas não significava que os carros de todas as ruas que ali chegavam ficavam parados. para-se o trânsito de uma rua, e de outra é liberado o fluxo. no instante que parou, não tive dúvida, atravessei a rua e tirei a foto! deu tempo, apesar das motos terem passado pelas minhas costas enquanto eu caminhava pela faixa até o outro lado da avenida! rs

mas o pior foi chegar no dia seguinte e descobrir que se tivesse ido para o outro lado depois que saí da estação de metrô, em direção ao Jardin des Tuilleries, o sufoco teria sido apenas de escolher o melhor momento para tirar a foto! muito mais tranquilo o trânsito! ;-) o dia estava nublado, mas pelo menos não estava chovendo! assim, consegui fazer tudo conforme havia re-planejado no dia anterior: visitar o museu do Louvre, a torre Eiffel e o arco do Triunfo! falando do museu do Louvre, ele é gigantesco e eu sabia que meio dia dedicado a ele seria muito pouco, então decidi ver as obras que me interessavam, aquelas do tipo "se você não viu, você não foi ao Louvre", sabe? então lá fui eu fazer a 'via crucis' do quadro de Leonardo Da Vinci, a 'Monalisa', e da escultura grega da 'Vênus de Milo'. a 'Gioconda', como também é conhecida a obra mais famosa de Leonardo, é impressionante mesmo, não dá para negar. mas não por seu tamanho. como quase todo quadro de retratos, ele não é grande. e, por sua fama, acaba sendo colocado sozinho numa parede enorme de uma das amplas salas do museu do Louvre. resultado, aquilo que deveria impactar por sua importância, acaba impactando por seu tamanho reduzido, o que é um erro na forma de apresentar a obra, na minha humilde opinião. enfim, passado o desapontamento inicial, me enfiei no meio dos turistas curiosos em ver a obra-prima de pertinho. consegui admirá-la por dois minutos, talvez nem isso, e ainda com várias pessoas batendo nos meus ombros. mas ninguém foi mal-educado e, como quem esteve ali antes de mim, saí logo para deixar outras pessoas verem-na de perto. para quem não sabe, a grande revolução que Da Vinci introduziu com a 'Monalisa' não foi o mistério do sorriso, ou a diferença de linha no horizonte entre a direita e a esquerda. foi, outrossim, não ter linhas definindo os contornos no desenho. tão simplesmente isso. até então, todo quadro tinha e mantinha as linhas de contorno para definir o espaço ocupado pelo objeto ou pelo retrato, aquele foi o primeiro quadro a inovar nesse sentido.

a 'Vênus de Milo' impressiona pela perfeição de suas formas, uma busca constante no período clássico grego. vi mais dessa busca na exposição temporária que ocorria em um salão no museu, dedicado a Praxeteles (não me pergunte como se diz este nome), artista e escultor cujas obras serviram de referência nessa questão de ideal de beleza e de estética em esculturas. apesar de nenhuma de suas esculturas terem sobrevivido, o que encontramos atualmente são esculturas de artistas que imitaram seu estilo e que procuraram atingir a perfeição daquele escultor.

bom, depois de começar o dia no Louvre, consegui completá-lo em grande estilo! rs passeei pela Champs de Mars, aquela enorme praça onde encontra-se a Torre Eiffel! esperei um tempão na fila até conseguir subir de elevador a torre (que de escada, convenhamos, ninguém merece subir os 320 metros!), até o terceiro patamar e vim descendo (também de elevador, claro! rs), sempre tirando diversas fotos da vista ao redor! em seguida, atravessei a avenida até um conjunto arquitetônico do outro lado do rio Sena que me chamou a atenção pela simetria, e que somente agora que coloquei as referências nas fotos é que fui descobri que tratava-se do Palais de Chaillot, famoso por ter sido o local da assinatura da Declaração dos Direito Humanos, em 1948! dali peguei uma avenida que levou-me diretamente ao Arco do Triunfo! fui até ele por uma das passagens subterrâneas localizada na esquina da Champs-Elysées e tirei fotos, tanto para a avenida famosa quanto para o lado que leva até La Defénse, região de escritórios com um arco gigantesco construído durante o governo de François Miterrand, e que fui visitar na seqüência! embaixo do 'Arc du Triomphe' fica localizado o túmulo do soldado morto pela pátria, e na volta de La Defénse, ao passar pelo arco, vi que estava ocorrendo uma cerimônia no local, que encontrava-se completamente apinhado de turistas, militares e pessoas importantes, pelas vestimentas. caminhei pela Champs-Elysées, e o que vi foi uma sucessão de lojas das mais altas grifes do planeta no que é o segundo metro quadrado mais caro do mundo, perdendo apenas para o da Time Square em Nova Iorque (se não estiver enganado)!

o último dia em Paris foi dedicado ao passeio ao Château de Versailles (seria palácio de Versalhes no aportuguesamento, mas prefiro manter o nome orignial), a residência real da corte de Luis XIV e seus sucessores até a Revolução Francesa. o palácio impressiona pelos ambientes requintados, cheios de detalhes em ouro e seda, quadros e pinturas, esculturas e tapeçaria, mas principalmente pelos imensos jardins, simétricos e cheios de fontes, incluindo uma 'multimídia' que tinha até uma arquibancada para que fosse apreciada. porém, para minha infelicidade, não tinha nenhuma funcionando naquele dia...! terei que voltar lá da próxima vez que for a Paris! =)

já escrevi demais e sei que deve ser cansativo para quem lê! com certeza esqueci de falar sobre diversas coisas interessantes, mas mesmo assim prometo me ater aos detalhes mais importantes de cada cidade daqui para frente! ;-)

nesta semana, vem Londres! ;-)

té mais!

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