março 02, 2002

primeira semana de aula na faculdade.

e nada mudou. nada. "deveria ter mudado algo?". quem sabe. talvez sim. ou não. "o programa será..." tal. "as provas serão..." em tais dias. "os trabalhos..." em grupo, para outros tais. "para semana que vem..." estas leituras, em cima de minha escrivaninha, agüardando serem abertos e lidos. na parte superior, todos os livros que comprei e ainda não li, também na espera. na gaveta, as páginas semi-escritas, quase em branco, também esperando um lápis ou caneta tocarem nelas com algumas palavras, para formarem frases e decifrar algum mistério, algum incômodo.

"man! waht's going on??" eu não sei. estou no meio do furacão, dentro do sistema, e nada me diz se estou no caminho certo. se fosse, não estaria a me questionar, certo? mas me questiono sim, porque tento imaginar uma saída, e não a encontro. em lugar nenhum. como um labirinto sem fim. onde está a placa que nos guia? educação. educação nos leva para dentro do labirinto. ensinar a entender o que ocorre ao redor, o que ocorreu no passado, no presente. para te dar uma luz à frente, no futuro. mas lá está a parede que te dá a escolha de dois caminhos. talvez uma delas te tire dali. talvez nenhuma. mas algo te diz que talvez ambas sejam boas, e acredita que pode ir por um, e depois voltar para saber como é o outro. quer acreditar nisso. quer acreditar que todos ao redor podem fazer o mesmo. e teme que não seja dessa vez, nesta vida, que se poderá fazer algo para que aconteça.

porque a idéia é totalmente fora da realidade atual. a realidade do labirinto. poucos que estão dentro sentem isso. dos que estão fora, poucos são os que entendem o que acontece. e ninguém questiona essa realidade. porque questionaram no passado, e nada mudou. talvez a pergunta estivesse formulada errôneamente. talvez houvesse ruído no canal de comunicação. o certo é que, se mudou, foram melhorias para solucionar problemas aparentes.

educação. continua a ser o caminho. de algum modo a cegueira diminui com o conhecimento. mas digo, o bom senso nem sempre é o correto. pode funcionar, mas não existe fórmula mágica. existem coisas na vida que não o seguem, simplesmente porque funcionam de outra forma, e o ser humano sempre tenta adaptar números às coisas.

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email's relidos, da menina azul e da Haydee, além de ler alguns blogs, como os da rizk, do fabricio e da tiz, além de vários outros, que me fizeram parar para pensar em algumas coisas.

porque eu trabalho com essa tal de previdência privada, tão na moda agora, aparece em tudo quanto é revista de classe média e de economia atualmente. até na Veja saiu, na capa por sinal, dia desses. não é um seguro, é acumulação de dinheiro para uma aposentadoria mais digna lá na frente, comparada a que o governo oferece pela Previdência Social, falida, diga-se de passagem. mas essa é só uma das engrenagens de toda a máquina criada para movimentar nossas vidas. existem várias outras por aí, cada qual com uma função. ou várias. ou nenhuma. mas estão lá, funcionando. será que não se está esquecendo de alguma coisa no meio disso tudo? olhe a loucura desse mundo. nem precisa ir muito longe, aqui mesmo. roubos, seqüestros, assassinatos, corrupção. lá fora? brigas por diferenças religiosas, de raça, por terra, por interesse. mas ainda há a crença de que isso tudo pode funcionar bem e assistir todos nós. de que seremos capazes de guiar nossas vidas da melhor forma, sem excluir ninguém, nem mesmo um ser humano.

e eu me pego sentindo algo estranho com a vida que levo. trabalhar, comer, estudar, dormir. e mais algumas coisas no meio disso tudo. e é estranho, porque é como tivesse algo errado, algo que não se encaixa. e você olha ao redor e vê as pessoas dando certo, fazendo aquilo que você também faz todos os dias, e elas não parecem ter essa angústia que você tem às vezes. talvez elas estejam ocupadas demais para parar e pensar nisso. talvez elas nem sequer se questionam, porque isso faz parte da vida delas.

mas essa angústia, essa dúvida não pode fazer-nos deixar de viver. viver é fazer escolhas, é decidir. e, feita a decisão, segui-la com os próprios pés, descobrir qual o próximo passo a ser dado, mesmo que não se possa ver onde se vai pisar dessa vez.

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eu não tenho respostas para minhas dúvidas. outras pessoas talvez encontrem-nas mais facilmente, mas não eu. sei apenas de uma coisa, que vou dar meus passos nesse mundo e que ele, o mundo, não irá parar para que eu deça dele, em momento nenhum.

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sábado sem comer muita coisa, algumas bolachas, batata-frita e água. sem fome. preciso comer alguma coisa. e começar a ler esse monte de papel sobre a mesa.

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Cátia, voltei a escrever. faça isso você também, porque acredito que isso faz bem para si. sem regras, sem compromissos. quando você sentir que precisa. apenas isso.

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alguns comentários feitos ao post da letra de "Faroeste Caboclo". adoro essa música, adoro essa banda. como querer ser jovem para sempre.

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falando em comentários, o gb continua funcionando, creio eu. assim sendo, se o Falasério não vai com sua cara, dê tchau a ele e sê feliz :-P ok, essa foi fraca. mas estou realmente cansado de ver esses constantes problemas com o link dos comentários. é isso. fora com os comentários.

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saudades das conversas no icq...
té mais!

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