maio 03, 2003

a falta de inspiração chega a ser um absurdo.

nada vem à mente. sento-me à frente de minha escrivaninha, olho a folha em branco do velho caderno, a caneta na mão, pronta para soltar os primeiros riscos que traduziriam os sentimentos inquietos e... e depois disso, nada. olho as linhas azuis, a margem vermelha e o espaço reservado às palavras que irei escrever, mas surge-me um vazio a contemplar minha situação.

viro as páginas anteriores, textos de tempos passados, outrora inacabados, hoje finalizados, aos meus olhos. a dona inspiração resolvera atrapalhar-me o sono, mas não deixara rastro suficiente para que o ímpeto se transforma-se num algo factível. ficou a sensação amarga de não-imaginação.

volto a deitar-me na cama, pensativo. no que pensava, não sei ao certo. muitas coisas, e ao mesmo tempo em nada. amor de adolescência, foi o que me tirara da cama e que me fizera vir até a mesa pegar o caderno, o velho caderno guardado na segunda gaveta, pegá-lo para escrever algo que não sabia o que seria. para escrever sobre ela? talvez. talvez fosse apenas para rememorar o que passou, repisar os velhos passos dados erroneamente, que me encaminharam para longe dela. amor platônico, mas que poderia não ter sido apenas isso.

mas foi.

estranho, na verdade, pensar nisso agora. a sensação não é de estar cometendo o mesmo erro, como aconteceu de pensar nas outras vezes em que me lembrei disso. sensação estranha de que talvez não seja assim da próxima vez, quem sabe?

não sei, sinceramente. o papel continua em branco, uma linha, nem mesmo uma palavra saíram desses poucos minutos de reflexão. não ficou parágrafo escrito, mas ficou declarado o sonho, que imaginação não tem limites nessas horas.

té mais!

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