julho 01, 2006

futebol-arte?

venho por meio desta informar que este espaço encontra-se de luto. luto este em virtude do falecimento do futebol-arte brasileiro, declarado na presente data, aos 48min do segundo tempo em Frankfurt-ALE, mas já prenunciado desde 13 de junho, em Berlim-ALE. O óbito deveu-se, comumente já é sabido, em virtude do golpe fatal de Thierry Henry, aos 12min da referida etapa, com apoio decisivo de Zinedine Zidane e total complacência de Roberto Carlos e companhia. Vale ressaltar, todavia, que tal golpe foi apenas o desfecho final de toda uma problemática criada pelo técnico Parreira, quando, não sabendo equilibrar uma equipe cheia de estrelas, montou-a sem obter a consistência necessária e esperada. dos momentos finais de agonia, pouco se pode declarar além da aceitação da morte anunciada e da apatia dos que fizeram parte do sonho que virou pesadelo.

ok, ok. tirando-se a ironia de lado, todo mundo esperava mais, muito mais dessa seleção. afinal o favoritismo dela era tão grande que a euforia provavelmente tornou-se um problema ao invés de servir como motivação. se ainda tivesse jogado de igual para igual contra a França, tudo bem, podíamos dizer que saímos desta copa de cabeça erguida, como em 1990 contra a Argentina, mas nem isso nos foi permitido desta vez. Zidane foi realmente muito melhor, a defesa bateu cabeça para tentar parar o ataque francês, e na maioria das vezes encontrou o vazio, porque o jogador adversário já estava dois passos na frente. Parreira escalou o time que todos queriam mas errou a tática do jogo, e isso somado à apatia e desinteresse geral dos jogadores pintou um quadro no qual o futebol brasileiro, famoso pela beleza e criatividade, pouco fez a não ser ficar preso no chão (a velha piadinha do peso...) e nos defensores do adversário.

no fundo, no fundo, foi bom perder. assim o povo acorda do sonho irreal e começa a enxergar a verdade como ela é. afinal só quando o país perde na copa é que os problemas que enfrentamos por aqui, como a pobreza, a corrupção e o descaso ressurgem por debaixo do tapete para onde foram empurrados.

e agora, dá-lhe Felipão!

té mais!

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