eu era novo na época, vi pela tv os caras pintadas e entendia mais ou menos o que estava acontecendo. foi um momento de 'basta' da sociedade que personificou em Fernando Collor, então presidente do país, como responsável por tudo de ruim que ocorria em nossas vidas. ele havia ganhado a eleição trazendo a esperança por mudanças, mas o que se viu foi a piora do 'mais do mesmo'. eu lembro do Lindberg Farias, líder da UNE (União Nacional dos Estudantes) fazendo discursos pelo impeachment, e qual não foi minha surpresa ao vê-lo lado a lado com o mesmo Collor no Congresso Nacional nestes últimos tempos.
estava lembrando disso enquanto assistia ao Roda Viva na TV Cultura, aqui de São Paulo, que entrevistava nesta noite de 17/jun histórica dois jovens líderes do Movimento Passe Livre que demonstravam tanta maturidade quanto ao movimento que defendem e do que podem fazer para começar a mudar o modo de se pensar dos governantes e da sociedade. hoje não sou mais a criança que eu era em 1992, achei mesmo que a manifestação da semana retrasada, aquela primeira, não daria em nada e o povo ia voltar ao 'comodismo' de sempre e se calar. mas na quinta-feira 13/jun tudo mudou e hoje o que eu vi foi um povo novamente cansado das mazelas desta vida e de governantes que pouco ou nada fazem para melhorar o que quer que seja.
espero que essa juventude não se perca como aquela, e eu me incluo nesta autocrítica, pois foi de lá que abriu-se espaço para tanto descaso. a mobilização precisa ser mantida e revivida de agora em diante todos os dias, para que realmente os políticos vejam que não estão lá para fazer o que bem entendem, mas que têm um povo a servir e que espera muito deles.
a baderna, seja por parte da minoria no meio da multidão que prefere trazer o caos a um movimento em sua grande maioria pacífico, seja por parte da polícia despreparada para acompanhar movimentos sociais desta magnitude, devem ser isoladas do todo e devidamente investigadas e seus crimes condenados. não é destruindo o patrimônio e nos degradando que avançaremos rumo à democracia que sonhamos.
e eu só queria ser mais otimista para acreditar que a semente vai germinar desta vez. preciso fazer minha parte, espero que você faça a sua também!
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