abril 14, 2006

tanto pra falar

nem sei bem por onde começar. os últimos 40 dias foram muito bons, muito ruins, bem mais ou menos. assim como todos os demais. mas teve certos momentos, certos aspectos nestes dias que me fizeram refletir um tanto quanto demais, eu diria, e isso é bom porque adoro parar para refletir em algumas coisas que mexem comigo.

esse negócio de ser viciado em corridas que estou agora. depois dos 12km, inscrevi-me nos 6km que aconteceram no último final de semana aqui na usp. sim, tinha meia maratona também, mas melhor não forçar, afinal na minha forma atual (de bola) não ia dar para correr tanto assim. mas até que fui bem nos 6km. treinei muito mal nas últimas três semanas. na última foi o desespero de causa para não fazer feio na prova. se nas duas primeiras semanas corri apenas dois dias, e ainda assim male male, mal conseguindo terminar 5km, na semana da corrida resolvi correr não apenas os 6km costumeiros como também estava decidido a dar o máximo para ver se compensava a falta de treinos nas semanas anteriores. só para se ter uma idéia, costumo correr essa distância entre 36min (isso já faz muito tempo, acredito que em dezembro foi a última vez que fiz tal tempo em 6km) e 39min (muuuuiito mais comum rs), mas na segunda e na terça resolvi correr abaixo de 35min, que foi a meta mínima que estabeleci para o dia da corrida. consegui, por incrível que pareça. fiz em 34min na segunda e em 33min na terça. quarta peguei leve correndo 5km, quinta descansei e sexta fiz os 6km bem devagar. domingo chegou e, apesar do calor e do cansaço provocado pelo treino mal feito na última semana, consegui atingir o objetivo de correr abaixo dos 35min! o tempo oficial líquido ficou em 34min53seg, o que dadas as condições da prova (calor e terreno praticamente plano) podem ser consideradas boas para o treino que me propus! agora é entrar num ritmo de treinos mais decente e começara a aumentar a distância! dia 28/mai tem 10km na usp, e quero estar lá preparado para correr bem essa prova! =)

mas isso nem era o mais importante a ser contado aqui. trabalhei feito um louco nesta semana curta de abril. a primeira delas, semana que vem será igual ou até mais corrido. mas não tenho do que reclamar. todos os dias tenho aprendido um pouco mais e melhorado um pouco mais do modo como encaro aquilo que faço errado. ainda tenho que aprender a lidar bem com críticas, mas uma coisa de cada vez, nada de colocar o burro na frente da carroça, certo? ;-)

isso também não era o mais importante. domingo passado, conversando com minha mãe sobre a família, tanto dela quanto do meu pai, fiquei sabendo de algumas histórias que até então não sabia. uma delas é a seguinte: minha avó, mãe de meu pai, quando viva, costumava sempre a oferecer umas balinhas doces pra criançada toda. eu adorava ir na casa dos meus tios, onde ela morava, só por causa dessas balinhas, porque sempre tinha um pote cheio delas sobre a mesa da cozinha. pois bem, ela é japonesa e veio com o marido e filhos para cá de navio. imagine a viagem do Japão até aqui de navio, lá nos anos 50, 60. não devia ser nada confortável. e minha mãe me contou que ela sofreu muito durante a viagem. por causa do enjôo ela não conseguia dormir nem comer. podia ter morrido durante essa viagem, como aconteceu com muitos. mas tinha uma coisa que ela conseguia comer durante a viagem, as tais balas. e ela dizia, mais tarde após terem chegado ao Brasil, que aquelas balas salvaram a vida dela na viagem e por conta disso ela sempre comprava e sempre distribuía para todo mundo, especialmente as crianças.

eu era pequeno, não tinha a menor noção de nada e a dificuldade de comunicar-me com ela, já que ela só falava em japonês e eu nunca me preocupei em aprender a língua, contribuíram para que eu nunca me interessasse por histórias da minha família. sabia do que acontecia porque as notícias chegavam aos meus ouvidos e não porque eu ia lá questionar o que estava acontecendo. minha mãe me contou outros fatos, mas como esses ainda estão acontecendo, é melhor deixar para depois. ;-)

o principal a contar já foi, o que vem agora é mais uma reflexão mesmo. estava lendo hoje uma revista que veio no jornal Valor Econômico desta semana, se não me engano chama-se Executivos de Valor ou algo parecido com diversas entrevistas com os presidentes de destaque de empresas dos mais diversos setores da economia do nosso país. acontece que tinha alguns artigos também discorrendo sobre as qualidades dos líderes, dos aspectos mais importantes como criatividade, espírito de equipe, estilos de liderança e por aí afora. e num determinado ponto falava sobre a importância da pessoa ter um convívio social bem estruturado, pois isso influencia na relação do profissional com seus pares / subordinados / chefes na empresa. ou seja, ter uma relação boa e saudável com a família e com os amigos fora do ambiente de trabalho ajuda no desempenho lá dentro. e isso é verdade, afinal quem tem problemas na empresa muitas vezes precisa se desligar quando bota o pé para fora do escritório, e se em casa ou com os amigos o convívio não é lá essas coisas, isso pode ser prejudicial pois a pessoa acaba sendo assoberbada pelos dois lados.

a reflexão que me veio foi do meu convívio social fora da empresa. parei para pensar e senti como se faltasse algo, sabe? por exemplo, há quantos happy hours eu fui nos últimos meses? nenhum. há quanto tempo não vejo meus amigos? desde janeiro não os vejo pessoalmente. isso não quer dizer que eles não sejam meus amigos, claro que são, afinal apesar de pouco nos vermos sentimos um não-sei-quê de saudade uns dos outros. e ainda ligamos ou trocamos email's, apesar de não ser a mesma coisa que um cara a cara, mas já tá valendo! e mesmo assim, o projeto de encontros uma vez por mês não vingou até hoje.

também não adianta querer forçar, as pessoas têm que estar dispostas a esse convívio social. eu por meu lado sempre tento combinar algum encontro, por mais banal que seja o motivo, quando o há, afinal alguém tem que dar o gatilho, apesar de não ser suficiente por si só, já é um começo e pode dar certo de vez em quando, como tem dado. mas é suficiente?

a resposta é que me deixa na dúvida. porque tem horas que parece que não, que devia ser algo mais voluntarioso e não forçado como parece que é. o último encontro da turma resume isso. combinamos uma sushizada, mas quase metade do povo não apareceu, o que resultou em gasto extra daqueles que foram. semana passada tentei combinar um happy hour, em cima da hora mas a convite de uma amiga que há muito tempo não a encontramos. ninguém se manifestou a favor. tudo bem, de meio de semana é complicado tentar juntar a turma, aquela coisa. trânsito, dor de cabeça, cansaço, sem contar a difícil tarefa de conciliar a agenda de todo mundo. mas às vezes falta uma certa espontaneidade, falta mesmo.

parece que as pessoas não são mais espontâneas, elas agem segundo certas regras, certos horários, e não podem sair desse esquema estabelecido. estou sendo genérico, ok? se tiver que sair desse esquema parece que é muito custoso pra pessoa e ela acredita que não vale a pena. levando em consideração o conforto de que no esquema tudo já está ajustado e nada mais é necessário. mas aí é que falta uma coisa, viver. viver é necessário, e para o ser humano se relacionar com outros seres é altamente necessário. sozinho ninguém aprende nada e nem chega a lugar algum. mas essa é minha humilde opinião.

tem muitas outras coisas a contar, mas depois eu volto e faço um novo post. ultimamente ando escrevendo demais quando páro para pensar. os comentários de alguns blogs que o digam! ;-)

té mais!

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